sexta-feira, 28 de junho de 2013

30/06 e 01/07 -Os Primeiros Mártires do Cristianismo

Os primeiros mártires
da santa Igreja romana
Século I

30 de Junho - Os Primeiros Mártires do Cristianismo

Certo dia, um pavoroso incêndio reduziu Roma a cinzas. Em 19 de julho de 64, a poderosa capital virou escombros e o imperador Nero, considerado um déspota imoral e louco por alguns historiadores, viu-se acusado de ter sido o causador do sinistro. Para defender-se, acusou os cristãos, fazendo brotar um ódio contra os seguidores da fé que se espalharia pelos anos seguintes.

Nero aproveitou-se das calúnias que já cercavam a pequena e pouco conhecida comunidade hebraica que habitava Roma, formada por pacíficos cristãos. Na cabeça do povo já havia, também, contra eles, o fato de recusarem-se a participar do culto aos deuses pagãos. Aproveitando-se do desconhecimento geral sobre a religião, Nero culpou os cristãos e ordenou o massacre de todos eles.

Há registros de um sadismo feroz e inaceitável, que fez com que o povo romano, até então liberal com relação às outras religiões, passasse a repudiar violentamente os cristãos. Houve execuções de todo tipo e forma e algumas cenas sanguinárias estimulavam os mais terríveis sentimentos humanos, provocando implacável perseguição.

Alguns adultos foram embebidos em piche e transformados em tochas humanas usadas para iluminar os jardins da colina Oppio. Em outro episódio revoltante, crianças e mulheres foram vestidas com peles de animais e jogadas no circo às feras, para serem destroçadas e devoradas por elas.

Desse modo, a crueldade se estendeu de 64 até 67, chegando a um exagero tão grande que acabou incutindo no povo um sentimento de piedade. Não havia justificativa, nem mesmo alegando razões de Estado, para tal procedimento. O ódio acabou se transformando em solidariedade.

Os apóstolos são Pedro e são Paulo foram duas das mais famosas vítimas do imperador tocador de lira, por isso a celebração dos mártires de Nero foi marcada para um dia após a data que lembra o martírio de ambos. 

Porém, como bem nos lembrou o papa Clemente, o dia de hoje é a festa de todos os mártires, que com o seu sangue sedimentaram a gloriosa Igreja Católica Apostólica Romana

29/06- São pedro e São Paulo

São Pedro e São Paulo
Apóstolos
+ século I

29 de Junho - São Pedro e São Paulo

A solenidade de são Pedro e de são Paulo é uma das mais antigas da Igreja, sendo anterior até mesmo à comemoração do Natal. Já no século IV havia a tradição de, neste dia, celebrar três missas: a primeira na basílica de São Pedro, no Vaticano; a segunda na basílica de São Paulo Fora dos Muros e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos apóstolos ficaram escondidas para fugir da profanação nos tempos difíceis.

E mais: depois da Virgem Santíssima e de são João Batista, Pedro e Paulo são os santos que têm mais datas comemorativas no ano litúrgico. Além do tradicional 29 de junho, há: 25 de janeiro, quando celebramos a conversão de São Paulo; 22 de fevereiro, quando temos a festa da cátedra de São Pedro; e 18 de novembro, reservado à dedicação das basílicas de São Pedro e São Paulo.

Antigamente, julgava-se que o martírio dos dois apóstolos tinha ocorrido no mesmo dia e ano e que seria a data que hoje comemoramos. Porém o martírio de ambos deve ter ocorrido em ocasiões diferentes, com são Pedro, crucificado de cabeça para baixo, na colina Vaticana e são Paulo, decapitado, nas chamadas Três Fontes. Mas não há certeza quanto ao dia, nem quanto ao ano desses martírios.

A morte de Pedro poderia ter ocorrido em 64, ano em que milhares de cristãos foram sacrificados após o incêndio de Roma, enquanto a de Paulo, no ano 67. Mas com certeza o martírio deles aconteceu em Roma, durante a perseguição de Nero.

Há outras raízes ainda envolvendo a data. A festa seria a cristianização de um culto pagão a Remo e Rômulo, os mitológicos fundadores pagãos de Roma. São Pedro e são Paulo não fundaram a cidade, mas são considerados os "Pais de Roma". Embora não tenham sido os primeiros a pregar na capital do império, com seu sangue "fundaram" a Roma cristã. Os dois são considerados os pilares que sustentam a Igreja tanto por sua fé e pregação como pelo ardor e zelo missionários, sendo glorificados com a coroa do martírio, no final, como testemunhas do Mestre.

São Pedro é o apóstolo que Jesus Cristo escolheu e investiu da dignidade de ser o primeiro papa da Igreja. A ele Jesus disse: "Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja". São Pedro é o pastor do rebanho santo, é na sua pessoa e nos seus sucessores que temos o sinal visível da unidade e da comunhão na fé e na caridade.

São Paulo, que foi arrebatado para o colégio apostólico de Jesus Cristo na estrada de Damasco, como o instrumento eleito para levar o seu nome diante dos povos, é o maior missionário de todos os tempos, o advogado dos pagãos, o "Apóstolo dos Gentios".

São Pedro e são Paulo, juntos, fizeram ressoar a mensagem do Evangelho no mundo inteiro e o farão para todo o sempre, porque assim quer o Mestre.

28/06- Santo Irineu de Lyon, Santo Atílio e Santa Vicência Gerosa

Santo Irineu de Lyon
130+202

28 de Junho - Santo Irineu de Lyon















Santo Atílio
162-177

28 de Junho - Santo Atílio















Santa Vicência Gerosa
1784-1847
Fundou o Instituto das
Irmãs de Maria Menina

28 de Junho - Santa Vicência Gerosa

São Cirilo de Alexandria - 27/06

São Cirilo de Alexandria
370-444

27 de Junho - São Cirilo de Alexandria

Cirilo nasceu no ano de 370, no Egito. Era sobrinho de Teófilo, bispo de Alexandria, e substituiu o tio na importante diocese do Oriente de 412 até 444, quando faleceu aos setenta e quatro anos de idade.

Foram trinta e dois anos de episcopado, durante os quais exerceu forte liderança na Igreja, devido à rara associação de um acurado e profundo conhecimento teológico e de uma humildade e simplicidade próprias do pastor de almas. Deixou muitos escritos e firmou a posição da Igreja no Oriente. Primeiro, resolveu o problema com os judeus que habitavam a cidade: ou deixavam de atacar a religião católica ou deviam mudar-se da cidade. Depois, foi fechando as igrejas onde não se professava o verdadeiro cristianismo.

Mas sua grande obra foi mesmo a defesa do dogma de Maria, como a Mãe de Deus. Ele se opôs e combateu Nestório, patriarca de Constantinopla, que professava ser Maria apenas a mãe do homem Jesus e não de Um que é Deus, da Santíssima Trindade, como está no Evangelho. Por esse erro de pregação, Cirilo escreveu ao papa Celestino, o qual organizou vários sínodos e concílios, onde o tema foi exaustivamente discutido. Em todos, esse papa se fez representar por Cirilo.

O mais importante deles talvez tenha sido o Concilio de Éfeso, em 431, no qual se concluiu o assunto com a condenação dos erros de Nestório e a proclamação da maternidade divina de Nossa Senhora. Além, é claro, de considerar hereges os bispos que não aceitavam a santidade de Maria.

Logo em seguida, todos eles, ainda liderados por Nestório, que continuaram pregando a tal heresia, foram excomungados. Contudo as idéias "nestorianas" ainda tiveram seguidores, até pouco tempo atrás, no Oriente. Somente nos tempos modernos elas deixaram de existir e todos acabaram voltando para o seio da Igreja Católica e para os braços de sua eterna rainha: Maria, a Santíssima Mãe de Deus.

Cultuado na mesma data por toda a Igreja Católica, do Oriente e do Ocidente, são Cirilo de Alexandria, célebre Padre da Igreja, bispo e confessor, recebeu o título de doutor da Igreja treze séculos após sua morte, durante o pontificado do papa Leão XIII.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Cinco Minutos com Teresinha (Oração)

Cinco Minutos com Teresinha

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Amém.
Deus, vinde em nosso auxílio!
Senhor, socorrei-nos e salvai-nos.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre, amém.


"É a confiança, e nada mais a não ser a confiança, que nos deve conduzir ao Amor"... "Como minha confiança pode ter limites?..."
"Quando Jesus desce ao meu coração, tenho a impressão de que Ele fica contente por ser tão bem recebido e eu também fico contente... Tudo isso não impede as distrações e o sono de vir visitar-me. Mas ao terminar a ação de graças, vendo que a fiz tão mal, tomo a resolução de passar o resto do dia em ação de graças... Estais vendo, Madre querida, que estou muito longe de ser levada pelo temor, sempre encontro o meio de ser feliz e tirar proveito das minhas misérias ... Sem dúvida, isso não desagrada a Jesus, pois parece encorajar-me nessa via. Um dia, contrariamente a meu hábito, estava um pouco perturbada ao ir comungar, tinha impressão de que Deus não estava contente comigo e pensava: "Ah! se hoje eu receber só metade de uma hóstia, vou ficar muito aflita, vou crer que Jesus vem forçado ao meu coração". Aproximo-me... oh felicidade! pela primeira vez na minha vida, vejo o padre pegar duas hóstias, bem separadas, e dá-Ias a mim!... Compreendeis minha alegria e as doces lágrimas que derramei vendo tão grande misericórdia"... (Manuscrito A) 
OFERECIMENTO DO DIA (Oração no. 10)

Meu Deus, eu vos ofereço todas as ações que vou praticar hoje, nas intenções e pela glória do Coração Sagrado de Jesus: quero santificar os batimentos de meu coração, meus pensamentos e minhas obras as mais simples unindo-os a seus méritos infinitos, e reparar minhas faltas lançando-as na fornalha de seu amor misericordioso.
Ó meu Deus! Eu vos peço por mim e por aqueles que me são caros a graça de cumprir perfeitamente vossa santa vontade, de aceitar por vosso amor as alegrias e as dores desta vida passageira a fim de que estejamos reunidos um dia nos Céus por toda a eternidade.
Assim seja.


Súplica a Santa Teresinha
Ó Santa Teresinha,
Intercedei por mim e pelos meus.
Fazei chover sobre minha vida,
Pétalas de paz e harmonia.
Nunca me falte coragem
Nos momentos de provação.
Que eu tenha sempre nos lábios
Um sorriso de aceitação.
Em vossa companhia
Atravessarei as noites da alma
Aguardando esperançoso (a)
O raiar de um novo dia.
O Cristo, sol que nunca se apaga,
Derrame sobre mim o brilho de sua face
E seu louvor esteja sempre em minha boca.
Gloria ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
Como era no principio, Agora e para sempre
Amém.
(faz-se o pedido).

Pai Nosso
Ave Maria
Glória ao Pai



"Eis a minha oração: peço a Jesus que me arraste para as chamas de seu amor, para me unir tão estreitamente a Ele, que Ele viva e aja em mim". 

26/06- São João e São Paulo, São Vigílio, Josemaria Escrivá de Balaguer, São José Maria Robles Hurtado e São Sigismundo(Zygmunt) Gorazdowski

São João e São Paulo
Século IV

26 de Junho - São João e São Paulo

João e Paulo eram nobres, de família enraizada no poder do Império Romano e viveram no século IV. Possuíam uma casa no Monte Célio, dentro da cidade de Roma, tudo indicando que essa seria a cidade de suas origens.

Ambos ocupavam cargos importantes no governo de Constâncio, filho do imperador Constantino. Como bons cristãos, usavam a fortuna e a influência que possuíam para beneficiar os pobres da cidade. Por esse motivo tornaram-se conhecidos dos marginalizados, abandonados e desvalidos.

Tal fama, no entanto, acabou por prejudicá-los, pois, quando assumiu o imperador Juliano, apóstata convicto e ferrenho, os dois tiveram de abandonar a vida pública por pressão do monarca. Mas o que o imperador queria mesmo é que João e Paulo, abandonassem a fé cristã e adorassem os deuses romanos. Afinal, dois cristãos tão populares como eles certamente eram exemplos a serem seguidos pelos habitantes em geral.

Juliano fez tudo o que pôde para conseguir seu intento, só não esperava encontrar tanta coragem e perseverança. O imperador tentou atraí-los novamente para altos postos da corte, mas os irmãos recusaram. Diante das investidas de Juliano, venderam todas as propriedades que tinham e repartiram o dinheiro com os pobres. O fato causou a ira de Juliano e eles acabaram sendo presos e processados.

Todavia o imperador deu-lhes mais uma semana para que renunciassem à fé. Quando o prazo venceu, deu mais dez dias e de nada adiantou. Tentou obrigá-los a adorar uma estátua de Júpiter, o que somente possibilitou que fizessem um eloqüente discurso a favor do seguimento de Jesus. Como não se dobraram de maneira alguma, foram, finalmente, decapitados.

Segundo consta nos registros da Igreja, João e Paulo foram secretamente sepultados na casa do Monte Célio, na noite do dia 26 de junho de 362. Eles foram os primeiros mártires da perseguição decretada por Juliano, o Apóstata. Esses dados tão precisos estavam pintados nas paredes das ruínas da residência quando, anos mais tarde, as relíquias dos dois mártires foram localizadas, durante o governo do papa Dâmaso.

Esse pontífice mandou erguer uma igreja no local, dedicada a são João e a são Paulo, que foram mais do que irmãos de sangue. Foram também irmãos de alma e de fé no testemunho de Cristo. Mais tarde, o papa Leão Magno levantou em honra dos dois uma basílica e, no Vaticano, um mosteiro.


São Vigílio
Século IV-V

26 de Junho - São Vigílio














São Josemaria Escrivá de Balaguer
1902-1975
Fundador do Opus Dei

26 de Junho - Josemaria Escrivá de Balaguer
















São José Maria Robles Hurtado
1888-1927
Fundou a Congregação Religiosa das Irmãs do Coração de Jesus Sacramentado

26 de Junho - São José Maria Robles Hurtado


















São Sigismundo (Zygmunt) Gorazdowski
1845-1920
Fundou a Congregação das
Irmãs de São José
Irmãs Josefinas

26 de Junho - São Sigismundo (Zygmunt) Gorazdowski

25/06- São Guilherme de Vercelli, São Máximo de Turim e São Próspero de Aquitânia

São Guilherme de Vercelli
1085-1142
Fundou a Congregação
Beneditina de Montevergine

25 de Junho - São Guilherme de Vercelli

Guilherme nasceu em Vercelli, no ano de 1085, de uma rica família da nobreza francesa. Aos quinze anos, já vestia o hábito de monge e era um fervoroso peregrino. Percorreu toda a Europa visitando os santuários mais famosos e sagrados, pretendendo tornar-se um simples monge peregrino na Terra Santa. Foi dissuadido ao visitar, na Itália, João de Matera, hoje santo, que lhe disse, profeticamente, que Deus não desejava apenas isso dele. Contribuiu também, para sua desistência, o fato de ter sido assaltado por ladrões de estrada, que lhe aplicaram uma violenta surra.

O incidente acabou levando-o a procurar a solidão na região próxima de Avellino, na montanha de Montevergine. Era uma terra habitada apenas por animais selvagens, onde, segundo a tradição, um lobo teria matado o burro que lhe servia de transporte. Guilherme, então, teria domesticado toda a matilha, que passou a prestar-lhe todo tipo de auxílio.

Vivia como eremita, dedicando-se à oração e à penitência, mas isso durou pouco tempo. Logo começou a ser procurado por outros eremitas, religiosos e fiéis. Acabou fundando, em 1128, um mosteiro masculino, o qual colocou sob as regras beneditinas e dedicou a Maria, ficando conhecido como o Mosteiro de Montevergine.

Dele Guilherme se tornou o abade, todavia por pouco tempo, pois transmitiu o cargo para um monge sucessor e continuou peregrinando. Entretanto tal procedimento se tornou a rotina de sua vida monástica. Guilherme acabou fundando um outro mosteiro beneditino, dedicado a Maria, em Monte Cognato. Mais uma vez se encontrou na posição de abade e novamente transmitiu o posto ao monge que elegeu para ser seu sucessor.

Desejando imensamente a solidão, foi para a planície de Goleto, não muito distante dali, onde, por um ano inteiro, viveu dentro do buraco de uma árvore gigantesca. E eis que tornou a ser descoberto e mais outra comunidade se formou ao seu redor. Dessa vez teve de fundar um mosteiro "duplo", ou seja, masculino e feminino. Contudo criou duas unidades distintas, cada uma com sua sede e igreja própria.

E foi assim que muitíssimos mosteiros nasceram em Irpínia e em Puglia, como revelou a sua biografia datada do século XII. Desse modo, ele, que desejava apenas ser um monge peregrino na Terra Santa, fundou a Congregação Beneditina de Montevergine, que floresceu por muitos séculos. Somente em 1879 ela se fundiu à Congregação de Montecassino.

Guilherme morreu no dia 25 de junho de 1142, no mosteiro de Goleto. Teve os restos mortais transferidos, em 1807, para o santuário do Mosteiro de Maria de Montevergine, o primeiro que ele fundara, hoje um dos mais belos santuários marianos existentes. Em 1942, o papa Pio XII canonizou-o e declarou são Guilherme de Vercelli Padroeiro principal da Irpínia.

São Máximo de Turim
Séculos IV e V

25 de Junho - São Máximo de Turim















São Próspero de Aquitânia
Professor da Fé
Séculos IV e V

25 de Junho - São Próspero de Aquitânia

segunda-feira, 24 de junho de 2013

24/06 - Natividade de São João Batista

Natividade de São João Batista
Século I

24 de Junho - Natividade de São João Batista

A Bíblia nos diz que Isabel era prima e muito amiga de Maria, e elas tinham o costume de visitarem-se. Uma dessas ocasiões foi quando já estava grávida: "Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo" (Lc 1,41). Ainda no ventre da mãe, João faz uma reverência e reconhece a presença do Cristo Jesus. Na despedida, as primas combinam que o nascimento de João seria sinalizado com uma fogueira, para que Maria pudesse ir ajudar a prima depois do parto.

Assim os evangelistas apresentam com todo rigor a figura de João como precursor do Messias, cujo dia do nascimento é também chamado de "Aurora da Salvação". É o único santo, além de Nossa Senhora, em que se festeja o nascimento, porque a Igreja vê nele a preanunciação do Natal de Cristo.

Ele era um filho muito desejado por seus pais, Isabel e Zacarias, ela estéril e ele mudo, ambos de estirpe sacerdotal e já com idade bem avançada. Isabel haveria de dar à luz um menino, o qual deveria receber o nome de João, que significa "Deus é propício". Assim foi avisado Zacarias pelo anjo Gabriel.

Conforme a indicação de Lucas, Isabel estava no sexto mês de gestação de João, que foi fixado pela Igreja três meses após a Anunciação de Maria e seis meses antes do Natal de Jesus. O sobrinho da Virgem Maria foi o último profeta e o primeiro apóstolo. "É mais que profeta, disse ainda Jesus. É dele que está escrito: eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti". Ou seja, o primo João inicia sua missão alguns anos antes de Jesus iniciar a sua própria missão terrestre.

Lucas também fala a respeito da infância de João: o menino foi crescendo e fortificando-se em espírito e viveu nos desertos até o dia em que se apresentou diante de Israel.

Com palavras firmes, pregava a conversão e a necessidade do batismo de penitência. Anunciava a vinda do messias prometido e esperado, enquanto de si mesmo deu este testemunho: "Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitarei o caminho do Senhor..." Aos que o confundiam com Jesus, afirmava com humildade: "Eu não sou o Cristo". e "Não sou digno de desatar a correia de sua sandália". Sua originalidade era o convite a receber a ablução com água no rio Jordão, prática chamada batismo. Por isso o seu apelido de Batista.

João Batista teve a grande missão de batizar o próprio Cristo. Ele apresentou oficialmente Cristo ao povo como Messias com estas palavras: "Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo... Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo".

Jesus, falando de João Batista, tece-lhe o maior elogio registrado na Bíblia: "Jamais surgiu entre os nascidos de mulher alguém maior do que João Batista. Contudo o menor no Reino de Deus é maior do que ele".

Ele morreu degolado no governo do rei Herodes Antipas, por defender a moralidade e os bons costumes. O seu martírio é celebrado em 29 de agosto, com outra veneração litúrgica.

São João Batista é um dos santos mais populares em todo o mundo cristão. A sua festa é muito alegre e até folclórica. Com muita música e danças, o ponto central é a fogueira, lembrando aquela primeira feita por seus pais para comunicar o seu nascimento: anel de ligação entre a antiga e a nova aliança.

23/06São José Cafasso

São José Cafasso
1811-1860

23 de Junho - São José Cafasso

José Cafasso nasceu em Castelnuovo d'Asti, em 1811, quatro anos antes do conterrâneo João Bosco, o Apóstolo dos Jovens e também santo da Igreja. Ambos trabalharam, na mesma época, em favor do povo e dos menos favorecidos, material e espiritualmente.

Mas enquanto João Bosco era eloqüente com os estudantes, um verdadeiro farol a iluminar os caminhos tormentosos da adolescência, Cafasso dedicava-se à contemplação e a ouvir seus fiéis em confissão, o que acabou levando-o aos cárceres e prisões.

Estava determinado a ouvir os criminosos que queriam se confessar e depois consolá-los mesmo fora da confissão. Era uma figura magra e encurvada devido a um defeito na coluna que o fazia manter-se nessa posição mesmo nas horas em que não estava no confessionário.

Padre Cafasso freqüentou o curso de teologia de Turim e ordenou-se aos vinte e dois anos. Difícil predizer que seria um grande predicador, mas com sua voz mansa e suave era muito requisitado pelos companheiros de sacerdócio, que procuravam os seus conselhos.

Formado, passou a dar aulas e acabou tendo João Bosco como aluno. Apoiou Bosco em todas as suas empreitadas, inclusive quando lotou a escola de jovens pobres de toda a região que não tinham dinheiro para a educação.
Quando Bosco retirou a criançada e a levou para sua própria casa, em Valdocco, foi a ajuda financeira de seu mestre José Cafasso que tornou isso possível. E ele fez mais: pouco antes de morrer, doou tudo o que possuía a João Bosco, para que ele continuasse sua obra no ensino e orientação dos jovens.

Morreu jovem, com apenas quarenta e nove anos, no dia 23 de junho de 1860. O título de "Padroeiro dos Encarcerados e dos Condenados à Pena Capital" esclarece bem como viveu o seu apostolado. Suas visitas aos cárceres eram o consolo dos presos e sua figura tornou-se a presença mais constante em todos os enforcamentos realizados em sua cidade, Turim. Mas sua ajuda não se limitava aos encarcerados, estendia-se às famílias, ao socorro às esposas e aos filhos para que não se desviassem do caminho de Cristo.

Padre José Cafasso era sempre o último companheiro de todos os que seriam executados no cadafalso, por isso ficou conhecido, entre o povo, como o "padre da forca". Em 1947, foi canonizado, e sua veneração litúrgica designada para o dia de seu trânsito.

22/06- São João Fisher, São Paulino de Nola e Santo Albano

São João Fisher
1469-1535

22 de Junho - São João Fisher















São Paulino de Nola
355-431

22 de Junho - São Paulino de Nola















Santo Albano
Século III

22 de Junho - Santo Albano

Albano é o primeiro mártir cristão da Inglaterra, onde prestou serviço no exército romano, como soldado. Albano, cuja origem talvez fosse romana, residia em Verulamium, a cidade-fortaleza construída pelos romanos a sudeste da ilha britânica, perto do rio Ver. Sendo um pagão, não tinha nada a temer quando chegou à ilha a perseguição anticristã, possivelmente a decretada pelo imperador Sétimo Severo e não a do seu sucessor Diocleciano, como alguns historiadores acreditam.

Albano, certo dia, viu chegar em sua casa um daqueles homens cristãos perseguidos. Ele o acolheu e escondeu. Observou que o homem estava em estado de prece contínua, em vigília noite e dia. Então, começaram a conversar e Albano conheceu a verdade da fé cristã. Tocado pela graça de Deus, converteu-se. Tornou-se um cristão, justamente naquele momento de risco de morte tão sério.

Dias depois, alguns soldados foram à casa de Albano fazer uma rigorosa busca, porque souberam que ele escondia um cristão. Quando chegaram, o santo mártir se apresentou vestindo as roupas do cristão procurado e disse: "Aquele que vocês procuram sou eu". Assim, foi levado, amarrado, perante o juiz.

O juiz ordenou que Albano fosse cruelmente torturado. E ele tudo suportou, paciente e alegremente, por nosso Redentor. Quando o juiz percebeu que ele não abandonaria sua fé cristã, decretou sua morte por decapitação. Ao ser levado para a execução, Albano converteu seu carrasco, que posteriormente também foi executado. O mártir Albano morreu no dia 22 de junho.

Quando as perseguições aos cristãos terminaram, no lugar de seu martírio foi erguido um monumento para sua sepultura, o qual se tornou um lugar de muitas peregrinações nos séculos seguintes, até mesmo aquela empreendida por são Germano, que levou para a França um pouco da terra da sepultura do venerado mártir Albano, em 429. Assim, o povo francês passou a conhecer e a venerar este mártir.

Ainda no século V, com a saída dos romanos, a ilha britânica sofreu a invasão das tribos germânicas, que depois foram evangelizadas e passaram a propagar o culto do admirável mártir Albano por toda a Alemanha. O papa Gregório Magno, entre os anos de 590 e 604, concedeu a autorização para o culto e declarou Albano santo e mártir pelo testemunho da fé em Cristo.

No lugar onde foi martirizado, formou-se a cidade que hoje leva o seu nome: Saint Albans, ao norte da área metropolitana de Londres, onde se encontra a esplêndida catedral de Santo Albano. A Igreja Católica festeja-o no dia 22 de junho, mas em algumas regiões é homenageado no dia 17, isso porque um antigo copista cometeu um erro e trocou o numero romano XXII por XVII.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Santa Teresinha- O Amor à bondade e à misericórdia .....

O amor à bondade e à misericórdia
Santa Teresinha foi escolhida por Deus para ensinar um caminho de santificação a ser trilhado pelas almas fracas - a "pequena via", a via da Confiança por excelência.
Escreveu ela nos Manuscritos: "Sempre desejei ser uma santa (...) O bom Deus não inspira desejos irrealizáveis, eu posso, portanto, aspirar à santidade apesar de minha pequenez. Tornar-me grande, é impossível. Devo, pois, suportar- me tal como sou, com todas as minhas imperfeições, mas quero procurar um meio de ir ao Céu por uma pequena via, bem reta, bem curta (...) Eu quereria encontrar um elevador para subir até Jesus, porque sou pequena demais para escalar a áspera escada da perfeição. (...) Ah! o elevador que me fará subir ao Céu são vossos próprios braços, ó meu Jesus!"
Essa grande Santa manteve intacta sua Inocência batismal, nunca manchou sua alma por um único pecado grave sequer. É por este motivo que ela demonstrava tal confiança na bondade do Divino Salvador?
Nem de longe! Nas últimas frases dos Manuscritos, podemos ler esta confortadora mensagem, a qual não deixa a menor dúvida de que a via da confiança está aberta inteiramente até para os maiores pecadores:
"... mas, sobretudo, imito a conduta de Maria Madalena. Sua admirável, ou melhor, sua amorosa audácia encanta o Coração de Jesus, e seduz o meu. Sim, eu o sinto: mesmo se me pesassem na consciência todos os pecados possíveis de cometer, eu iria, com o coração partido de arrependimento, jogar-me nos braços de Jesus, pois sei quanto Ele ama o filho pródigo que vem Lhe pedir perdão. Não é porque o bom Deus, em sua previdente misericórdia, preservou minha alma do pecado mortal que eu me elevo a Ele pela confiança e pelo amor."
SantaTeresa de Lisieux_novica.jpg
 Santa Teresinha, quando noviça, em 1889
E já nos últimos dias de sua vida terrena, exclama:
"Oh! como sou feliz por me ver imperfeita e por ter tanta necessidade da misericórdia do bom Deus no momento da morte!"
Deixar-se carregar por Jesus, por Maria Santíssima, no caminho da santidade... Sentir-se feliz por ser fraco e ter necessidade da misericórdia e da bondade de Deus... Eis o caminho curto e seguro indicado por Santa Teresinha - Doutora da Igreja, note-se! - para os católicos de nossos dias, homens e mulheres, de todas as idades e condições sociais.

Ninguém tem pretexto para não desejar a santidade
O preceito do Divino Mestre, "sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito", é dirigido à humanidade inteira. O que para qualquer ser humano é impossível, Ele tornou possível até para os mais débeis, pelos méritos infinitos de sua Paixão e Morte na Cruz. As miríades de Santos do Céu dão testemunho dessa verdade consoladora.
Santa Teresinha, porém, vai mais longe. Além de nos ensinar pela doutrina e pelo exemplo, ela se põe à nossa disposição, como se pode ver nas palavras ditas a suas irmãs de Vocação no dia 17 de julho, menos de três meses antes de subir ao Céu:
"Sobretudo, sinto que minha missão vai começar, minha missão de fazer amar o bom Deus como eu O amo, de comunicar às almas minha "pequena via". Se o Bom Deus realiza meus desejos, meu Céu se passará sobre a terra até o fim do mundo. Sim, quero passar meu Céu fazendo bem à terra." "... minha missão de fazer amar o bom Deus como eu O amo". - Então, que ela cumpra em cada um de nós, leitor, sua sublime lição! Peçamos esta graça com toda confiança.

O que tanto atrai em Santa Teresinha......

O que tanto atrai em Santa Teresinha, cuja devoção se tornou universal em pouco tempo?  Falecida aos 24 anos, ela continua a nos sorrir e a nos 
convidar  a seguir uma nova via de santificação, a "pequena via", 
acessível a todos.
em torno de seu leito de dores, Santa Teresinha do Menino Jesus, fitando os olhos no crucifixo, pronunciava suas últimas palavras nesta terra de exílio:

- Oh! eu O amo... Meu Deus... eu... Vos amo!
Subitamente, seus amortecidos olhos de agonizante recuperam vida e fixam-se num ponto abaixo da imagem de Nossa Senhora. Seu rosto retoma a aparência juvenil de quando ela gozava de plena saúde. Parecendo estar em êxtase, ela fecha os olhos e expira. Um misterioso sorriso aflora-lhe aos lábios e aumenta a formosura de sua fisionomia.
"Eu não morro, eu entro na Vida", havia ela escrito poucos meses antes.
Sua luz brilha no mundo inteiro
Talis vita finis ita. - "Cada um morre como viveu."
Sua morte, aos 24 anos, foi um reflexo de sua breve existência - uma vida de virtude heróica, de amor a Deus e ao próximo levado a limites extremos, e de sofrimentos suportados com uma radiante alegria e uma santa despretensão.  

         Quis ela passar inteiramente despercebida neste mundo. E este seu desejo de vida oculta teria sido realizado, se Deus não tivesse outros desígnios a esse respeito.
Por ordem das superioras, a humilde carmelita escreveu seus famosos Manuscritos Autobiográficos - "História de uma alma" - que tanto bem fizeram, fazem e farão ao longo dos séculos, além de várias cartas, poesias e outros documentos registrados pela História. E algumas irmãs de hábito que bem compreenderam sua extraordinária virtude, tomaram nota das conversas tidas com ela nos seus últimos meses de vida.
Graças a isso, a chama acesa por Jesus na alma dessa Santa ilumina hoje o mundo inteiro. E nós podemos, nas linhas abaixo, apreciar alguns "flashes" fulgurantes dessa luz.
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Em abril de 1897, quando a doença mortal entrava em sua última fase, sua irmã Paulina (em religião, Madre Inês de Jesus) fez a primeira anotação em seu caderno:
"Quando somos incompreendidas e julgadas desfavoravelmente, de que nos serve defender-nos ou explicar-nos? É muito melhor não dizer nada e deixar que os outros nos julguem como lhes agrada. Não vemos no Evangelho Maria explicando-se quando sua irmã a acusou de ficar aos pés de Jesus sem fazer nada! Não, ela preferiu permanecer em silêncio. Ó abençoado silêncio que dá tanta paz às almas!"
Trechos como este, de conversas íntimas com a Santa, quase nos fazem esquecer que ela está passando por sofrimentos físicos atrozes, incompreensões e, muito mais duro de suportar, uma terrível provação espiritual, "a noite da Fé".
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Descrevendo essa provação nos Manuscritos Autobiográficos, ela afirma:
"Jesus permitiu que uma escuridão negra como boca de lobo varresse minha alma e deixasse o pensamento do Céu, tão doce para mim desde a minha infância, destruir minha paz e torturar-me..." E em conversa com suas irmãs acrescenta: "Minha alma está exilada, o Céu está fechado para mim e do lado da terra tudo é  provação também".
Olhando pela janela da enfermaria, viu um "buraco negro" no jardim e confidenciou à Madre Superiora: "É num buraco como esse que eu me encontro, de corpo e alma. Oh! sim, que trevas! Mas estou em paz dentro delas".
No dia da partida para a eternidade, pôde ela declarar com singela despretensão: "Oh, eu rezei fervorosamente a Ele, mas estou realmente em agonia sem nenhuma mistura de consolação".
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Apesar de todos os sofrimentos físicos e espirituais, ela iluminava com seu sorriso e aquecia com sua caridade as demais religiosas do convento. Naquela enfermaria não se respirava atmosfera de tristeza. Santa Teresinha não o permitia! Escreve sua irmã Maria: "Quanto à força moral, é sempre a mesma coisa, a alegria em pessoa, fazendo rir todos quantos dela se aproximam. Creio que ela morrerá rindo, de tal forma ela é alegre!"
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Os "Buissonnets", residência da família, onde
Teresa Martin passou sua infância
A Santa usava seu vasto repertório de jogos de palavras, imitações de pessoas, ditos espirituosos a respeito dela mesma e da incapacidade dos médicos - tudo para praticar a caridade fraterna.
Sua alegria nada tinha de inautêntico, de forjado. A Irmã Teresinha detestava o fingimento! No entanto, ela se encontrava num tal extremo de padecimentos que chegou a dizer: "Nunca eu teria acreditado que fosse possível sofrer tanto. Nunca! Nunca! Não posso explicar isto, exceto pelos desejos ardentes que eu tive de salvar almas". E em outra ocasião: "Que seria de mim se Deus não me desse forças? Não se tem idéia do que é sofrer tanto assim. Se eu não tivesse a Fé, eu teria me dado a morte sem hesitar um só instante..."
Donde lhe vinha, pois, tanta força e alegria? Da total aceitação da vontade de Deus - "o Papai bom Deus", dizia ela graciosamente.
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Santa Teresinha tinha um grande medo: o de desagradar, no mínimo que fosse, seu bem-amado Jesus. Quanto ao resto, nada temia, muito menos a morte. Fazendo alusão ao ensinamento do Evangelho: "a morte vem como um ladrão", gracejava ela de forma encantadora: "Diz-se no Evangelho que a morte virá como um ladrão. Oh! ele virá roubar-me muito gentilmente. Como eu gostaria de ajudar este ladrão!"
E mais: "Não tenho medo do ladrão. Eu o vejo à distância e tomo muito cuidado para não gritar: ‘Socorro, ladrão!' Pelo contrário, eu o chamo dizendo: ‘Por aqui, por aqui!'"


Como explicar uma tal serenidade diante da morte iminente, mais ainda, uma tal vontade de que ela se apresse? Muito fácil. Pela confiança inabalável no amor misericordioso de Jesus, e pelo ardente desejo de perder-se nesse Amor o mais cedo possível.

21/06- São Luís Gonzaga

São Luís Gonzaga
1568-1591

21 de Junho - São Luís Gonzaga

Luís nasceu no dia 9 de março de 1568, na Itália. Foi o primeiro dos sete filhos de Ferrante Gonzaga, marquês de Castiglione delle Stiviere e sobrinho do duque de Mântua. Seu pai, que servia ao rei da Espanha, sonhava ver seu herdeiro e sucessor ingressar nas fileiras daquele exército. Por isso, desde pequenino, Luís era visto vestido como soldado, marchando atrás do batalhão ao qual seu pai orgulhosamente servia.

Entretanto, Luís não desejava essa carreira, pois, ainda criança fizera voto de castidade. Quando tinha dez anos, foi enviado a Florença na qualidade de pajem de honra do grão-duque de Toscana. Posteriormente, foi à Espanha, para ser pajem do infante dom Diego, período em que aproveitou para estudar filosofia na universidade de Alcalá de Henares. Com doze anos, recebeu a primeira comunhão diretamente das mãos de Carlos Borromeu, hoje santo da Igreja.

Desejava ingressar na vida religiosa, mas seu pai demorou cerca de dois anos para convencer-se de sua vocação. Até que consentiu; mas antes de concordar definitivamente, ele enviou Luís às cortes de Ferrara, Parma e Turim, tentando fazer com que o filho se deixasse seduzir pelas honras da nobreza dessas cortes.

Luís tinha quatorze anos quando venceu as resistências do pai, renunciou ao título a que tinha direito por descendência e à herança da família e entrou para o noviciado romano dos jesuítas, sob a direção de Roberto Belarmino, o qual, depois, também foi canonizado.

Lá escolheu para si as incumbências mais humildes e o atendimento aos doentes, principalmente durante as epidemias que atingiram Roma, em 1590, esquecendo totalmente suas origens aristocráticas. Consta que, certa vez, Luís carregou nos ombros um moribundo que encontrou no caminho, levando-o ao hospital. Isso fez com que contraísse a peste que assolava a cidade.

Luís Gonzaga morreu com apenas vinte e três anos, em 21 de junho de 1591. Segundo a tradição, ainda na infância preconizara a data de sua morte, previsão que ninguém considerou por causa de sua pouca idade. Mas ele estava certo.

O papa Bento XIII, em 1726, canonizou Luís Gonzaga e proclamou-o Padroeiro da Juventude. A igreja de Santo Inácio, em Roma, guarda as suas relíquias, que são veneradas no dia de sua morte. Enquanto a capa que são Luís Gonzaga usava encontra-se na belíssima basílica dedicada a ele, em Castiglione delle Stiviere, sua cidade natal.

Santa Margarida Ebner- 20/06

Margarida Ebner
Bem-aventurada
1291-1351

20 de Junho - Margarida Ebner

Margarida pertencia à família Ebner, muito rica e respeitada, da aristocracia alemã. Ela entrou no Mosteiro de Maria Santíssima em Medingen, da diocese de Augusta, e tinha apenas quinze anos de idade quando vestiu o hábito dominicano.

Depois, de 1314 até 1326, sofreu diversas e graves enfermidades, as quais quase a levaram ao fim da vida. Mais tarde, por causa da guerra, a comunidade monástica dispersou-se e Margarida voltou para a casa paterna, na qual continuou a viver totalmente reclusa, dedicada à oração e à penitência.

Quando tudo retornou ao normal, ela voltou para a clausura daquele mesmo mosteiro. Em 1332, conheceu o sacerdote Henrique Susso, hoje também santo, que logo se tornou o seu diretor espiritual. As duras provações físicas por que passou lhe proporcionaram adquirir os dons das revelações, das visões e das profecias. Tanto assim que ela escreveu em seu diário que no dia 1o de novembro de 1347 foi recebida em matrimonio espiritual por Jesus.
Margarida Ebner foi, sem dúvida, a figura central do movimento espiritual alemão dos "amigos de Deus". A sua espiritualidade segue o ano litúrgico e concentra-se na pessoa de Jesus Cristo.

O seu diário espiritual, escrito de 1312 até 1348, que chegou até os nossos dias, revela a vida humilde, devotada, caritativa e confiante em Deus de uma religiosa provada por muitas penas e doenças. Ela que viveu e morreu no amor de Deus, fiel na certeza de encontrar-se em plena comunhão com seu Filho Jesus, como sempre dizia: "Eu não posso separar-me de ti em coisa alguma". A beleza dessa alma inocente foi toda interior.

A santa humanidade de Jesus foi o divino objeto da sua constante e amorosa contemplação e nela reviveu os vários mistérios no exercício da virtude, no holocausto ininterrupto dela mesma, no sofrimento interno e externo, todo aceito e ofertado com Jesus, para Jesus e em Jesus. Margarida Ebner morreu no dia 20 de junho de 1351, no Mosteiro de Medingen, onde foi sepultada.

Sem dúvida, entre os grandes místicos dominicanos do século XIV, brilha a suave figura desta religiosa de clausura que conquistou o apelido de "Imitadora Fiel da Humanidade de Jesus". Em 1979, o papa João Paulo II ratificou o seu culto com sua beatificação, cuja festa "ad imemorabili" o mundo católico reverencia no dia do seu trânsito.