quinta-feira, 16 de maio de 2013

Continuação da História de Santa Gemma Galgani


Morte Heróica

Em 1902 Gema, em boa saúde desde a sua cura milagrosa, ofereceu-se a Deus como vítima pela salvação das almas. Jesus aceitou a sua oferta.  A partir de setembro ela então ficou extremamente doente e sua vida é marcada profundamente da dor. Começa o período mais escuro da sua vida. As conseqüências do pecado caem pesadamente sobre o seu corpo e sua alma.
Seu estômago não suportava nenhum tipo de comida. Apesar de ter recuperado sua saúde rapidamente, pela Providência Divina, ela adoeceu novamente. Em 21 de setembro de 1902 ela começou a expelir sangue com as violentas palpitações de amor de seu coração. Enquanto isso ela passava por um martírio espiritual, pois ela experimentava aridez e nenhum consolo em seus exercícios espirituais. Além disso, seu inimigo, o demônio, multiplicava seus ataques contra a jovem “Virgem de Lucca”.
O Inimigo reforçava sua guerra contra Gema, pois ele sabia que o fim estava próximo. Ele esforçava-se para persuadi-la de que ela tinha sido totalmente abandonada por Deus. Usava suas diabólicas aparições e até mesmo violência física, batendo no frágil corpo de Gema.
Uma testemunha ocular que cuidava de Gema disse :
“Aquela besta abominável vai ser o fim da nossa querida Gema - golpes atordoantes, formas de animais ferozes etc. - eu a deixei com lágrimas nos olhos porque o demônio a está esgotando.”
Gema clamava incessantemente os nomes Santos de Jesus e Maria, mas a batalha continuava. O seu Diretor Espiritual, o Venerável Germano, vendo o esforço final de Gema, disse :
“A pobre sofredora passou dias, semanas e meses desse modo, dando-nos um exemplo de paciência heróica e razões para um medo saudável pelo que pode acontecer conosco, que não temos os méritos de Gema, na terrível hora da morte”.
Ainda assim, mesmo passando por essas provações, Gema nunca se queixou, ela apenas rezava. Gema estava no fim. Ela era praticamente um esqueleto vivo, mas ainda linda, apesar da devastação da doença. Ela recebeu o “Viático”.
Em suas últimas palavras, disse: “Eu não procuro mais nada; sacrifiquei tudo e todos a Deus; agora eu me preparo para morrer”. Ela falava com dificuldade. “Agora é mesmo verdade que não me resta mais nada, Jesus. Eu recomendo a minha pobre alma a Ti... Jesus !”
Gema então sorriu um sorriso celestial e deixando pender a cabeça para um lado, deixou de viver.


Uma das irmãs presente na hora da morte vestiu o corpo de Gema com o hábito dos Passionistas, que era a ordem à qual Gema sempre aspirou.
Essa morte abençoada aconteceu no Sábado Santo, dia 11 de Abril de 1903, quando Gema Galgani tinha 25 anos.

                A Perda da Mãe.

Sua Mãe morreu quando Gemma tinha apenas 7 amos de idade. Como fizeram outros santos, pediu à Santíssima Virgem que a substituísse. A partir daí, sua devoção à Mãe de Deus tornou-se mais terna. Ela a invocava sempre com o carinhoso apelativo de “mamãe”.

 

Após a morte da sua querida mãe, Gema foi enviada pelo pai para um semi-internato católico em Lucca, dirigido pelas Irmãs de Santa Zita. Mais tarde, refletindo sobre seus dias na escola, Gema disse: “Eu comecei a ir à escola das Irmãs, eu estava no Paraíso”. Ela era excelente em francês, aritmética e música e em 1893 ganhou o grande “Prêmio de Ouro” por conhecimento religioso. Uma de suas professoras na escola resume melhor tudo isso, dizendo: “Ela (Gema) era a alma da escola”. Gema tinha se preparado arduamente para sua Primeira Comunhão. Ela costumava implorar: “Dá-me Jesus... e verás quão boa eu serei. Eu vou mudar bastante. Não vou cometer mais nenhum pecado. Dá-me Jesus. Eu o desejo tanto, e não posso viver sem Ele.”Com nove anos (o que era mais cedo do que de costume) foi-lhe permitido receber sua primeira comunhão. Com a permissão de seu pai, ela foi ao convento local por dez dias para preparar-se dignamente para esse acontecimento solene. O seu dia chegou finalmente a 20 de junho de 1887, na festa do Sagrado Coração de Jesus. Com suas próprias palavras, ela assim descreveu o seu primeiro encontro íntimo com Cristo no Santíssimo Sacramento: “É impossível explicar o que se passou então entre mim e Jesus. Ele se fez sentir, oh tão fortemente, na minha alma.”


Erico Galgani

O acontecimento mais marcante que se seguiu na vida de Santa Gema foi quando seu pai morreu em 1897. Como conseqüência de sua extrema generosidade, da falta de escrúpulos de seus interlocutores nos negócios e problemas com credores, os filhos foram deixados sem nada e não tinham nem mesmo meios de sobreviver. Gema tinha apenas dezenove anos, mas já tinha uma grande experiência em carregar a cruz.
Gema afirma em sua autobiografia: “Morto papai, nos encontramos sem nada, carecendo absolutamente de meios de vida”.

Santa Gema padeceu muitos sofrimentos não só morais, mas também físicos.


            Curada por um Milagre.


Gema começou cedo a ficar doente. Ela desenvolveu uma curvatura na espinha. Uma meningite também deixou-a temporariamente surda. Grandes abscessos se formaram em sua cabeça, seus cabelos caíram e finalmente ela teve paralisia nos membros. Um médico foi chamado e tentou vários remédios, mas nada adiantou. Ela estava apenas piorando.
Gema tornou-se devota do Venerável Gabriel Possenti de Nossa Senhora das Dores (agora São Gabriel). Acamada pela doença, ela leu a história de sua vida. Mais tarde ela escreveu a respeito de São Gabriel:
“... eu comecei a admirar as suas virtudes e seus hábitos. Minha devoção por ele crescia. À noite eu não dormia sem ter sua imagem debaixo do travesseiro e, depois disso, passei a vê-lo perto de mim. Não sei como explicar isso, mas eu sentia a sua presença. Em todos os momentos e em cada ação, o Irmão Gabriel vinha à minha mente.”
Gema, agora com 20 anos, estava aparentemente em seu leito de morte. Uma novena lhe foi sugerida como a única chance de cura. Dia 23 de fevereiro de 1899, à meia-noite, ela ouviu o chocalhar de um rosário e se deu conta de que o Venerável Gabriel estava aparecendo para ela. Ele falou a Gema:
“Queres ficar curada? Reza com fé toda noite ao Sagrado Coração de Jesus. Eu virei a ti até a novena terminar, e rezarei contigo a este Sacratíssimo Coração”.
Na primeira sexta-feira de março a novena terminava. A graça tinha sido concedida; Gema estava curada. Quando ela levantou-se, os que estavam à sua volta choraram de alegria. Sim, um milagre havia acontecido!
Sofre com Cristo

Gema, agora em perfeita saúde, tinha sempre desejado tornar-se freira, mas isto não devia acontecer. Deus tinha outros planos para ela.


A 8 de junho de 1899, depois de receber a comunhão, Nosso Senhor deu a conhecer a Sua serva que Ele lhe daria uma graça muito grande.
Gema voltou para casa e rezou. Ela entrou em êxtase e sentiu um grande remorso por seus pecados. A Mãe Santíssima, de quem Santa Gema era extremamente devota, apareceu-lhe e disse:
“Meu filho Jesus te ama sem medida e deseja dar-te uma graça. Eu serei uma mãe para ti. Serás uma verdadeira filha?” A Santíssima Virgem abriu então o seu manto e cobriu Gema com ele.
Eis como Santa Gema relata como ela recebeu os estigmas:
“Naquele momento, Jesus apareceu com todas as suas chagas abertas, mas daquelas chagas não mais saía sangue, mas chamas de fogo. Num instante aquelas chamas vieram tocar minhas mãos, meus pés e meu coração. Senti como se estivesse morrendo, e eu teria caído no chão, se minha Mãe não me tivesse segurado, enquanto todo esse tempo eu permanecia sob o seu manto. Tive de ficar várias horas naquela posição. Finalmente ela beijou minha testa, tudo desapareceu e eu me vi de joelhos. Mas eu ainda sentia uma forte dor nas minhas mãos, pés e coração. Levantei para ir para a cama, e percebi que saía sangue dessas partes onde sentia dor. Cobri-as o melhor que pude, e, ajudada então pelo meu Anjo, pude ir para a cama...”


Muitas pessoas, incluindo respeitosos membros da Igreja, testemunharam este milagre dos estigmas, que se repetiu praticamente até o fim da vida de Santa Gema. Uma testemunha ocular afirmou:
“Saía sangue dos ferimentos dela (St. Gema) abundantemente. Quando ela estava de pé, ele caía no chão, e quando ela estava na cama, ele não apenas molhava os lençóis, mas encharcava o colchão todo. Eu medi alguns desses fluxos ou poças de sangue, e tinham entre cinqüenta e sessenta centímetros de comprimento e aproximadamente cinco centímetros de largura”.
Como São Francisco de Assis e recentemente Padre Pio, Gema pode dizer também: Nemo mihi molestus sit. Ego enim stigmata Domini Jesu in corpore meo porto: Que ninguém me faça mal, pois eu levo as marcas do Senhor Jesus no meu corpo.


Vida de Oração.


Com 21 anos, Gema foi acolhida por uma generosa família italiana, os Giannini. A família tinha já 11 filhos, mas estava feliz em receber esta jovem e piedosa órfã em sua casa. A mãe da família, a Senhora Giustina Giannini, diria mais tarde sobre Gema: “Posso jurar que, durante os 3 anos e 8 meses em que Gema esteve conosco, eu nunca soube do menor problema em nossa família que fosse provocado por ela e nunca vi nela o menor defeito. Repito, nem o menor problema, nem o menor defeito”.
      A Canonização.



As autoridades da Igreja começaram a estudar a vida de Gema em 1917 e ela foi beatificada em 1933. O decreto aprovando os milagres para a canonização foi lido a 26 de março de 1939 - Domingo de Ramos. Gema Galgani foi canonizada a 2 de março de 1940, apenas trinta e sete anos depois da sua morte.
Há um verso do poema de Dante (Paraíso, c. XXX, 19-21) no qual a beleza sobrenatural é admiravelmente recordada e exaltada. (2) Ele também se adapta bem à pequena Jóia de Cristo, verdadeira Beatriz, que o Senhor com tanta alegria enfeitou para Si mesmo:
Santa Gema, rogai por nós.

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